A espiritualidade missionária

Neste primeiro dia de trabalhos Pe. Sérgio Bradanini, missionário do PIME, apresentou os “Elementos Bíblicos da Espiritualidade Missionária”. A missão tem uma direção: de dentro para fora, isto é, a Missão é “ad omnes gentes”. Para isto, dissertou Pe. Sérgio que é fundamental ter presente o modelo da relação de Jesus para com os seus discípulos, que envolve a totalidade da vida, feita nas relações humanas.

É uma espiritualidade que exige a concentração de todas as forças com Deus que “tudo canta e explode de alegria” (Salmo 65). Esta experiência espiritual realiza-se na comunidade onde a pessoa deve estar inserida e envolvida numa longa caminhada que se traduz no engajamento crescente com Jesus e o Seu Reino.

A espiritualidade missionária cresce na relação do Mestre com o Discípulo, não fundamentada nos ensinamentos, mas na experiência do relacionamento humano, contínuo e crescente que geram a fraternidade, a vida comunitária num “sentar-se comum à mesa do Reino”. Eis o compromisso da missão: viver deste espírito, relatar a experiência da fraternidade, abastecida pela palavra de Deus a fim de alcançar até as extremidades da terra, um mundo sem fronteiras. Reformular nossa missão, dilatar a experiência da fraternidade, derrubando barreiras onde houver.

Em segundo lugar, os Profetas atuam quando a experiência espiritual se torna vazia, eles levantam a voz para manter viva a chama da fraternidade e da justiça. Manter viva “a consciência critica, pois nunca morreram velhos, mas de morte violenta. Pela palavra vivem e pela palavra morrem” – afirmou Pe. Sérgio.

O terceiro aspecto foi uma olhada sobre os livros da Sabedoria, de Jó e do Cântico dos Cânticos, na qual a Bíblia não é patrimônio de Israel, mas da humanidade. JESUS, na centralidade da espiritualidade missionária, é a Luz que se abre ao futuro. Faz o anúncio da chegada do Reino de Deus. Esta é a Boa Notícia. Convida à “Conversão” mudando de visão e de mentalidade. Faz o chamado e escolhe os seus discípulos, para conviver com ele; pra serem enviados a pregar, comer o pão juntos; deu-lhes autoridade para expulsar os demônios, contra o mal. Onde se constitui uma comunidade que vive a fraternidade, o mal não tem vez. Enviou-os em Missão para cuidar dos doentes (Mc 10,8), ressuscitar os mortos, isto é, lá onde se constitui relações humanas fraternas, o mal não tem vez. Em fim, Jesus é homem de fé e de oração e mostra que a missão se realiza no “hoje”, pois sua vida doada a todos a partir dos mais necessitados para forma a fraternidade.

Para finalizar Pe. Sérgio nos apresentou o apóstolo Paulo que vive segundo o espírito de Jesus Cristo. Ele tem consciência de ser colaborador de Deus e não para dividir. Tem em sua mente o mundo dos gentios e carrega a consciência clara de sua pequenez: “Quando sou fraco é que sou forte!”. Para isto trabalhava com suas mãos, tecedor de tendas, depois anuncia. João, o Evangelista, destacou sua missão muito polêmica contra o ambiente judaico, anunciando que Jesus salva. Mostra o divino no humano. É o verbo que salva na fragilidade. Ele se fez gente como nós, menos no pecado, para que nós nos tornemos mais divinos.

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